08 junho 2010

Puertos de Áliva - Parque Nacional Picos de Europa


Para o 2º dia tínhamos planeado fazer a trilha “Lagos de Covadonga” que se encontra a uma altura considerável mas quando lá chegámos estava um nevoeiro tão tão cerrado que não víamos um palmo à frente! Devia ter uma envolvente muito bonita com os 2 lagos mas não se via mesmo nada! Aproveitámos para fazer um dia turístico e fomos visitar as pitorescas Covadonga e Cangas de Onís.

No 3º dia fomos até à bonita vila de Potes e ao anfiteatro natural de Fuente Dé. Até lá chegar não estava a perceber o que era o tal “anfiteatro natural” mas quando me deparei com o que tinha à frente nem quis crer, mais uma maravilha do Arquitecto da Vida (como se pode ver na foto). Já tínhamos escolhido uma trilha que começava no cimo do anfiteatro e fomos até lá de teleférico (também na foto). Subimos dos 1070 para 1823 metros de altitude.

No cimo a visibilidade era bastante reduzida e à medida que íamos andando ouvíamos imensos sinos de gado próximos de nós mas sem os conseguirmos ver! A vegetação rasteira estava coberta de neve e gelo e fomos passando por vários percursos de água. A visibilidade ia gradualmente aumentado e subitamente deparámo-nos com um grandioso vale com uma variedade e quantidade de animais (foto – cavalos, vacas, carneiros, cabras, burros) como nunca tinha visto antes, fantástico!

Depois descemos por meio de uma interminável floresta, labiríntica, super densa, um pouco spooky, até à base do anfiteatro. Ainda foi uma longa caminhada, demorámos umas belas horas a descer 750 metros pois o declive foi em grande parte do percurso muito pouco acentuado e não nos cruzámos com ninguém, a não ser com muitos muitos animais :)

Esta caminhada foi demais, mágica, sem qualquer dúvida entra para o top com a do Tongariro National Park. O percurso revelou-se uma constante surpresa com a diversidade de cenários que fomos encontrando! A repetir o Parque Nacional dos Picos de Europa!

http://reddeparquesnacionales.mma.es/parques/picos/guia_itinerarios_pr_24.htm

Ruta del Cares - Parque Nacional Picos de Europa

Após percorridos quase 900 km e depois de umas belas horas de sono num confortável hotel decidimos começar, no nosso 1º dia de Picos, por uma das trilhas mais famosas de Espanha – Ruta del Cares.

O Cares é o Rio que corre entre os Maciços Ocidental (Cornión) e Central (Los Urrieles) dos Picos de Europa e atravessa as regiões de Castilha e Leão e Astúrias. O percurso pedestre desenrola-se no perímetro do Maciço Ocidental e acompanha o Rio entre as povoações de Poncebos e Caín. Nesta 1ª fotografia consegue-se perceber o decorrer da trilha, como que um corte longitudinal na montanha.

Contra as previsões meteorológicas que pude consultar nos dias que antecederam a nossa partida e o que se calcula expectável para um clima de montanha no final de Primavera, estava um dia de Verão! O sol radiou todo o dia e a temperatura rondou os 25 ºC, condições não muito desejáveis para fazer-se 24 km a pé! Sim foram mesmo 24 km, o nosso grande recorde! Como não esperávamos um dia assim, ficaram a faltar-nos chapéus, protector solar e umas vestimentas mais apropriadas.

O percurso começa com uma subida de desnível de 300 metros nos primeiros 45 minutos. Chegámos ao cimo alagados! Depois foi praticamente a direito até Caín por um caminho maravilhoso, onde quase nos sentimos “insignificantes” ao atravessar tamanha grandiosidade de natureza e beleza!

Ao mesmo nível do percurso acompanhava-nos um canal rápido (artificial) do Rio que
para além de bonito serviu para nos irmos refrescando e o G chegou mesmo a mergulhar a cabeça várias vezes, o calor era muito! Já próximo de Caín atravessámos a margem do Rio (pela ponte que se vê na foto) até chegarmos a uma comporta. Nesta parte do caminho acrescem à paisagem variadas quedas de água, que ainda aportam mais cores a esta maravilhosa trilha. Pelo caminho até encontrámos umas amigáveis cabras selvagens muito sociáveis :)

Chegados a Caín (metade do percurso feito, 12 km) parámos para um almoço rápido. A maioria dos caminhantes faz apenas este sentido do percurso, mas como a nossa vontade era fazermos o nosso recorde em distância percorrida a caminhar, lá fomos de regresso até Poncebos. Apesar do percurso ser o mesmo, o caminho não se tornou nada repetitivo, a paisagem estava diferente, as cores eram outras…

Tenho de confessar que perto do fim estávamos os dois de rastos! Para além da distância, a temperatura não ajudava. Incrível foi ao longo destas 7 horas cruzarmo-nos com muitos caminhantes e de todas as idades, incluindo crianças e idosos.

Adorámos, certamente umas das nossas melhores caminhadas (tirámos 105 fotos!).

http://reddeparquesnacionales.mma.es/parques/picos/guia_itinerarios_pr_03.htm